Nossa
autora parceira, Andy Collins, lança neste mês na Amazon o conto Fenomenal. Para quem já conhece o
trabalho da autora, vale lembrar que não se trata de uma história relacionada a
seus livros Insano e Colisão.
Sinopse:
O que você é capaz de fazer quando as suas opções
são limitadas?
Você é capaz de sair da linha?
É capaz de se tornar tudo aquilo que sempre odiou?
Bree tinha apenas uma opção, e ela agarrou com
unhas e dentes. Ela não era uma desistente.
Oliver é um jovem lutador de boxe em ascensão, ele
quer provar que ainda é digno do cinturão.
Oliver não é um bom perdedor, e ele não vai
querer perder a única mulher que ferrou com toda a sua concentração.
Ele tem dez rounds.
Ela tem dez dias.
A Andy
também disponibilizou o primeiro capítulo, que me deixou com gostinho de quero
mais. Início cheio de mistério e logo ficamos instigados a querer saber o que
levou a protagonista a fazer algo que visivelmente ela não quer, porém precisa.
Mais
misterioso que isso é o Oliver, que parece nem ter notado a Bree, e logo ficamos
doidos para ver como será a interação entre os dois. Que já deu para perceber tirará
a concentração de alguém. Será que o coração de Oliver e Bree serão nocauteados
pelo cupido.
Aqui
está o primeiro capítulo para vocês degustarem um pouco de Fenomenal.
(Atenção: Obra registrada na Biblioteca Nacional, qualquer distribuição sem a autorização da autora é considerado crime contra os direitos autorais.)
Estou nervosa encarando o meu reflexo no
espelho. Um vestido de noite que encaixa perfeitamente no meu corpo, um colar
de diamantes brilhando no meu pescoço longo. Estou totalmente desconfortável.
Essa pessoa no espelho não sou eu.
— Pronta?
A voz da Liv faz a minha cabeça girar. Olho
para a minha amiga parada atrás de mim. Ela não aprova a minha decisão, se for
falar a verdade, nem eu mesma aprovo. Mas não tenho outra opção.
Entrei no tudo ou nada.
— Não
sei se pronta seria a palavra adequada, acho que apavorada seria bem mais
propício.
Termino de passar o meu batom carmim, olho
novamente o meu reflexo. Sim, estou pronta e completamente apavorada.
— Você
tem certeza disso, Bree? Podemos pensar em outra alternativa.
— Não
tenho outra alternativa, Liv, você sabe. Ficamos quase um mês pensando em algo
diferente.
Minha amiga pega o meu casaco de pele e me
entrega. Nada disso era verdadeiramente meu. Era um empréstimo, e se eu, por
acaso, danificasse alguma peça, a cobrança seria nada amigável.
— Isso
é tão louco. Deus, eu não deveria te apoiar nisso.
— Ouça
Liv, ouça com muita atenção — ela
sacode a cabeça —, se
este plano idiota não der certo, preciso que cuide de tudo para mim.
— Eu
não tenho um bom pressentimento sobre isso.
Liv me abraça. Eu também não tenho um bom
pressentimento sobre isso.
Eu nasci em Vegas, fui criada na cidade do
pecado, vi coisas que muitos adultos não imaginam que existem. Aprendi a jogar
cartas tão bem quanto um maldito viciado. Eu conhecia os blefes, sabia ler os
sinais dos meus oponentes.
Eu era boa, muito boa para ser sincera. Eu
nunca precisei usar meus conhecimentos com as cartas ou artifícios de sedução.
Até hoje.
Uma mulher esperta deveria saber quando
encontra problemas, eu não soube, pelo menos, não de imediato
Dylan era o nome dele, e eu me deixei apaixonar.
Ele era doce, inteligente e incrivelmente sexy. Todos os ingredientes para
levar uma mulher para o céu. Dylan apenas me levou para uma viagem sem volta,
para o inferno.
Ano após ano, dia após dia.
— No
que está pensando? — Liv
me leva até a porta do quarto.
Estou hospedada no Bellagio, é aqui que vai
acontecer um dos maiores eventos de boxe, cheio de pessoas importantes, pessoas
ricas.
Um evento que terá dez dias de duração, esse é
o tempo que tenho.
Todos os meus problemas tinham um único nome,
ou melhor, tinham um número, que era interligado a um nome fodido.
— Dylan
— digo
com sinceridade.
— Não,
Bree, você não deve pensar nele agora, precisa se concentrar para que isso dê
certo.
— Eu
sei, mas não consigo evitar. — Olho
para cima para conter as lágrimas que já estavam ameaçando cair.
— Ainda
tem tempo para desistir. — Minha
amiga toca o meu braço, então percebo que estou tremendo.
Se for pega, posso ser presa. Se desistir,
posso ser morta, ou pior. Era esse pior que eu temia.
— Eu
vou fazer isso, Liv. Vou nos livrar dessa roubada.
Abraço-a com força, e só nos separamos quando
ouvimos o sinal do elevador.
Está na hora, meu tempo começou a contar.
Estou sentada no bar do cassino, olho em volta
tentando identificar algum cliente em potencial. Deus, como isso me enoja.
Quem disse que isso era vida fácil? No meu
caso, nunca foi tão difícil flertar.
Homens olham meu corpo como se quisessem me
despedaçar, e as mulheres, em sua maioria, querem me esmagar.
Quando sinto que não vou conseguir seguir
adiante, uma voz chama a minha atenção.
— Sozinha? — Viro o meu
corpo e encaro o dono da voz. Engulo a bile que teima em subir pela minha
garganta. Ele tem idade para ser o meu avô.
Nesse momento, todos
os motivos de estar fazendo isso vem à mente. Penso nos números, no Dilan,
penso na morte, em como seria mais fácil deixar que me matassem, mas então eu
sei, não seria isso que aconteceria.
— Com certeza. — Minha
resposta vem acompanhada de um sorriso sedutor e é recebida com apreço.
Logo sua mão está
nas minhas costas e estamos indo em direção ao elevador, para o décimo quinto
andar.
A suíte dele.
Ele é o número um, e
eu ainda preciso de pelo menos três para completar a minha noite.
***
Tremendo. É assim
que estou. Segurando o meu vestido encosto na parede espelhada do elevador.
Preciso controlar os meus nervos, pelo menos até chegar ao meu quarto.
O elevador para no
décimo andar e quatro homens entram. Eu me encolho para tentar passar
despercebida, não quero que me notem, que me desejem, eu quero morrer.
Ninguém fala nada,
apenas um deles, que está usando um terno bem alinhado, dá boa noite, os demais
ignoram a minha presença. Olho de soslaio para cada um deles: há um negro de
dreads, usando uma camisa preta com vários logotipos; um de terno, loiro com
cabelo preso em um rabo de cavalo; um outro aparentemente loiro, com o cabelo
quase raspado, ele está concentrado no celular, está usando uma camisa branca e
jeans; e, o quarto, usando algo semelhante a um robe, o capuz encobrindo sua
cabeça, que está baixa, seus punhos fechados ao lado do corpo. Ele está alheio
a tudo.
E então, eu percebo.
Ele é um dos
lutadores do evento.
As faixas vermelhas
no punho, a cabeça baixa. Ele não está ignorando, ele está concentrado.
Quando o elevador
chega ao terceiro andar, seguro meu vestido mais apertado contra o meu
corpo e peço licença. O grupo me dá passagem e eu saio do cubículo, com a
sensação de queimação por todo o corpo.
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