Autor: D.G. Ducci
Páginas: 105
Editora: 7Letras
ISBN: 9788542104578
Ano: 2017
Sinopse: "Alquimia
da Tempestade" não é uma obra de ficção, como nos diz o próprio autor, ao
final do livro: trata-se de uma quase-autobiografia poética. O que diferencia
esta obra de outras tantas coletâneas de poemas são as pistas deixadas, ao
longo das páginas, de que se trata de uma jornada no estudo de poesia, na qual
mescla-se o Romantismo ao clássico Árcade (“Eu, querida, não sou aventureiro” /
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro”), ou à homenagem aos dois amores do
soneto 144 de Shakespeare em “Dúbio guerreiro”. A maturação do poeta leva à
alquimia de uma tempestade.
Vamos
falar de poesia mais uma vez?
E que
surpresa maravilhosa com Alquimia da Tempestade, que leitura maravilhosa!
A
habilidade de um poeta em permitir que seus poemas sejam interpretados
livremente e ainda assim tenham tanto significado para ele é simplesmente algo
magnífico e uma habilidade para se ter orgulho.
A partir
do momento que se conta algo para alguém, mas não restringe essa pessoa àquilo
que você vivenciou e sim permite ao leitor nadar por suas próprias águas, o
poeta abre um espaço muito maior pra sua obra explorar e fazer parte do “ser”
do leitor.
Como o
autor mesmo nos diz logo de cara e como ultima linha do livro: “A Alquimia não
é uma obra de ficção... trata-se, de fato, de uma quase autobiografia
poética.”. Com isso sabemos que ali se conta uma história com fundamentos
verdadeiros, com sentimentos sinceros, a verdadeira essência de um poeta.
São
poemas como “Noite”, que fazem parte da Alquimia, que nos fazem perceber a
fragilidade, a força, a entrega, enfim, o sentimento do poeta e sua
simplicidade, humano como todos nós, frágil como qualquer outro ser na terra.
Noite
Não ouso
mais, à hora de dormir,
pousar
meus olhos sobre a noite adentro,
pois
busco inspiração e poesia,
e não
recordações do meu tormento!
Mas há
como escapar do seu açoite,
se a
cada hora mais circula o vento,
e o
vento, circulando como um louco,
me faz
rememorar a dor presente?
A bruma
então me abraça, me acalenta...
em sopro
de calor me escapa a vida,
desnudo
meu pesar num beijo quente
e
imploro à escuridão que não me agrida.
E no temor de cada anoitecer,
notei que a Morte um dia irá
viver!
Quando a
poesia é livre, quando a poesia permite ao leitor se inserir na história do
poeta e ao mesmo tempo permite que o poeta esteja na história do leitor, é
quando se pode ter certeza de que tornar os sentimentos algo claro e
perceptível não é de forma alguma se expor, ou ser visto como vulnerável, pois
essa conexão é o que mantém a humanidade nos eixos.
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