[Resenha] A Filha do Norte - Luisa Soresini

Título: A Filha do Norte

Autora: Luisa Soresini

Páginas: 496

Editora: Novo Século

ISBN: 9788542807639

Ano: 2016

A misteriosa Michelle acaba de chegar a cidade de Mafaldi. Meiga e simples não tem onde ficar e logo é acolhida por Elza e Meredith, bruxas do bem, mas que se disfarçam de avó e neta. Mas a história começa mesmo quando Michelle e Meredith saem para ver as flores da Luna, só que uma tempestade faz com a bruxinha se perca da garota.

Sem saber em que direção ir, Michelle acaba chegando a uma mansão antiga. Aparentemente não mora ninguém lá, mas é surpreendida por uma governanta de jeito muito estranho, que a apresenta aos senhores Vergamini. São sete rapazes muito bonitos e educados, mas que em pouco tempo se tornaram o pesadelo de Michelle.

Correndo um grande perigo, talvez nem mesmo as bruxas do Leste e do Sul, consiga salvá-la.

“- Eu preciso voltar...- falei me sentido pressionada.- Por quê, senhorita? – indagou o garoto loiro de olhos azuis-turquesa.- É que, se eu não voltar logo, a senhora com quem vivo ficará preocupada!”  Pg. 25  

Quem ler a sinopse de A Filha do Norte já saber de cara que vamos ler sobre bruxas. Mas, eis a minha surpresa em perceber logo após algumas páginas que muito mais seria explorado nessa estória. As bruxas vão dar espaço a diversos personagens muito mais complexos e que durante boa parte da narrativa ficaremos sem entender o que realmente são.

Sete desses personagens são os irmãos Vergamini, eles acolhem Michelle em sua mansão, mas logo mostraram realmente o quem são e o que desejam da garota. Ela sabe que tem algo errado com eles e com toda a situação pela qual está passando, mas sem ter para onde ir e a quem recorrer, só resta encarar a situação de frente.

A escrita de Luisa Soresini é simples, o que proporciona uma leitura bem agradável e pouco cansativa. Isso faz com que se leia bastante em pouco tempo e até faz o leitor pense em dar uma freada para não acabar o livro logo, como aconteceu comigo. Mas apesar das facilidades, a leitura requer atenção. O livro não é dividido em capítulos, apenas símbolos identificam a troca de cena e de narrador.

Sim, quase todos os personagens têm voz nesse livro, assim como o um narrador em terceira pessoa surge de vez em quando. No início, fiquei confusa e até tinha que reler algumas partes para ver quem era mesmo o narrador da vez. Alguns leitores podem achar essa escolha da autora ruim, porém o que percebi é que dessa forma fiquei muito mais atenta ao livro e fazendo uma analogia, ficou parecendo um filme/seriado, com suas trocas de cena e do personagem central.

Por ter esse estilo de narrativa, é complicado falar sobre os personagens. Como vamos conhecer um pouco de cada um, qualquer vírgula pode ser um spoiler. Só digo que escolher um personagem para amar e odiar vai ser muito difícil, até a última página.

“ – O que foi? – Ele sorriu. – Eu e minha bonequinha nos aproximamos muito enquanto vocês estavam fora. ” Pg. 243

Cada personagem tem uma peculiaridade e várias delas nos faz lembrar de histórias clássicas, que já conhecemos bem. Mesmo assim Soresini soube dar seu toque de originalidade, criando um enredo completamente inédito e cheio de mistérios. Mistérios esses que ainda vão nos atormentar até o desfecho que acontece apenas no segundo livro. A Filha do Norte é o primeiro volume de uma duologia.

Adorei demais o livro, mas preciso falar sobre algumas coisinhas que me deixaram um pouco incomodadas, principalmente com a editoria, responsável pela revisão da obra. No quesito erros, só identifiquei quatro, mas que não impactam na compreensão e que o leitor mais atento automaticamente já faz sua própria correção, porém foram erros bobos e que uma revisão atenta teria dado conta logo na primeira leitura.

Outra coisa é a constante referência ao fato da personagem ficar envergonhada e por isso ficar enrubescida. Diversas vezes, nos vemos lendo a palavra escarlate. Essa pode ter sido uma opção da autora, porém a editoria mais experiente poderia ter dado esse toque. E pelo contato que tenho com a Luisa sei que ela teria ouvido e aceitado a dica numa boa.

Mas, para finalizar, vamos fala da capa. Simplesmente todos os elementos que aparecem nela estão ligados com a história e com certeza quando eles aparecem na narrativa você vai voltar lá e dá uma olhada nela. Parabéns a Alexandre Santos responsável pela ilustração.

A Filha do Norte me atraiu desde o prólogo, me prendeu em seu enredo e finalmente me deixou louca por sua sequência, já que a autora fez o favor de acabar daquele jeito. Leitores padeçam de curiosidade! ^^

Avaliação: