[Resenha] Trono de Vidro - Sarah J. Maas

Título: Trono de Vidro

Título Original: Throne Of Glass

Autora: Sarah J. Maas

Páginas: 392

Editora: Galera Record

ISBN: 9788501401380

Ano: 2013

Sinopse: Nas sombrias e sujas minas de sal de Endovier, uma jovem de 18 anos está cumprindo sua sentença. Celaena é uma assassina, e a melhor de Adarlan. Aprisionada e fraca, ela está quase perdendo as esperanças quando recebe uma proposta. Terá de volta sua liberdade se representar o príncipe de Adarlan em uma competição, lutando contra os mais habilidosos assassinos e larápios do reino. Endovier é uma sentença de morte, e cada duelo em Adarlan será para viver ou morrer. Mas se o preço é ser livre, ela está disposta a tudo.

Celaena Sardothien, apesar da fama de melhor assassina, tem apenas 18 anos  e foi treinada para ser a melhor no que faz. O que ela não contava é que aos 17 seria capturada pelo rei de Adarlan e mandada para morrer nas minas de sal de Endovier. Um ano lá não a matou, mas deixou marcas profundas em sua memória e em seu corpo.

“Ela se lembrou das três grandes cicatrizes nas costas. Mesmo se conquistasse a liberdade... mesmo se conseguisse viver em paz em algum lugar... as cicatrizes sempre a lembrariam do que suportou. E que embora fosse livre, outros não eram. ” Pg. 32

Para sua surpresa o príncipe Dorian, filho do rei que a condenou, lhe procura com a proposta de que ela lute em uma competição que elegerá o campeão do rei. Caso a jovem ganhe o torneio, ela irá trabalha como assassina exclusiva do pai de Dorian e após um período ganhará sua liberdade. Como a expectativa de vida em Endovier não é tão longa, ela aceita.

Incialmente o grande problema seria trabalhar para seu carrasco, mas Celaena perceberá que o torneio guarda muitos outros perigos. Além de poder morrer na competição, misteriosamente alguns participantes começas a aparecer mortos e de forma bem violentas e mesmo com a forte segurança do palácio, ninguém consegue descolorir quem é o responsável pelos crimes.

A premissa do livro muito me agradou e além de amar as capas dessa série,eu fui, a cada resenha lida, fortemente influenciada a querer ler. Por obra do destino e da sorte ganhei os três primeiros volumes da série e lá fui eu ansiosa já pegar esse primeiro volume.

A ambientação me atraiu de cara, um clima medieval misturado com o fantasioso, fui surpreendida e fiquei completamente encanta com o palácio de vidro, que é a sede do governo de Adarlan. Mas demorou mais para Trono de Vidro começar a de fato a me agradar. Os cinco primeiros capítulos, apesar de interessantes, não me mostraram para o que a série veio.

No começo, vamos ser apresentados a uma rotina de readaptação de Celaena a vida fora da prisão. Os anos parados, enferrujaram-na e para melhorar seu desempenho na competição, ela contará coma a ajuda do capitão da Guarda Real, Chaol Westfall. Mesmo a ajudando, Chaol não é muito simpático com a moça e deixa bem claro seu descontentamento com a presença ali e que está de olhos atentos para possíveis tentativas de fuga.

É esse processo de readaptação que acabou deixando o livro bem devagar. Por se tratar de uma fantasia, eu ficava esperando o tal elemento fantástico surgir. No início da narrativa fica claro que os feéricos, fadas e a magia desapareceram devido as guerras que começaram a surgir. Então eu fiquei ligada nisso, pois se a trama começa falando disso então vem coisa boa por aí, mas isso não aconteceu.

Basicamente em Trono de Vidro, Sarah J. Maas nos apresenta ao terreno em que iremos pisar nos próximos livros. O torneio para eleger o campeão do rei é apenas a base de um algo bem grandioso que pode vir à tona, não vou negar que um elemento magico faz parte da estória, porém não vamos ver isso explorado profundamente e tudo indica que isso se desenvolverá na sequência, já que me deixou cheia de perguntas.

Celaena Sardothien, apesar de jovem e muito temida, é uma garota como outra qualquer. Ela tem suas vaidades e não se incomoda muito com os vestidos que tem que usar e de poder tomar um belo banho após as competições, ela sabe que é uma mulher bonita e valorizar isso.

Quando vi que teríamos uma interação grande entre o príncipe Dorian e o capitão Chaol, imagine um triângulo amoroso rolando. Mas o romance não foi o foco da autora, que visivelmente optou por explorar isso de forma bem leve.

Falando sobre os personagens masculinos, Dorian é descrito como um rapaz muito bonito com seus olhos de safira, mas de início foi difícil simpatizar com ele. Como gosto mais dos tipos misteriosos, foi Chaol quem me chamou a atenção. Ele não é muito de interagir com a protagonista, além de sua função de treiná-la, mas vamos perceber uma leve mudança. É difícil dizer quais são os reais interesses e propósitos de Chaol na trama, mas que existe algo no ar existe e de sua forma ele foi me conquistando.

“Chaol Westfall respirou fundo. O que estava fazendo ali? Tinha algum direito de tratar o príncipe herdeiro de Adarlan daquela forma quando ele mesmo estava agindo contra a razão? ” Pg. 179

Existe uma grande tensão da protagonista com o rei e até mesmo Dorian tem suas discordâncias com o pai, que visivelmente é um tirano. Seu objetivo é conquistar mais e mais território e nesse processo ele também elimina culturas e possivelmente muito mais coisas.

Também vamos conhecer a princesa de um outro reino. Nehemia é uma verdadeira surpresa na narrativa e um contrapeso para a presença masculina, já que as interações da Celaena em sua maior parte são apenas com homens.

A autora usou e abusou de elementos célticos na construção da fantasia e gostei muito disso, pois com o universo criado ele ficou bem casado. Mas esse é um ponto em que espero que seja melhor desenvolvido na sequência, pois deixou a desejar.

A narrativa apesar de fluir muito bem, com seus capítulos curtos, demora a mostra um proposito. Teve um momento em que achei que até a autora viu que estava enrolando demais e em quatro parágrafos resumiu duas semanas da rotina de Celaena. Até mesmo a competição entre os assassinos não se desenvolvia.

Acredito que a série é realmente boa, porém esse livro achei superestimado e não é TUDO AQUILO que dizem ser, mas que a partir do segundo comece a crescer e a revelar melhor questões que ficaram no ar.

A revisão do livro também merece um olhar atento, encontrei diversos erros como falta de letra, palavras e frases que poderia ter sido melhor construídas facilitando a compreensão. Uma vez ou outra tinha que voltar para entreter melhor o que estava sendo dito. Fora isso, a leitura é bem agradável.

Trono de Vidro ainda não me mostrou para o que essa série veio, mas depois de muito tempo sem ler um YA de fantasia, foi um ótimo retorno e me fez querer ler outra série da autora, Corte de Espinhos e Rosas, o que já fiz com muito gosto.

Avaliação: