[Pipocando] Moana - Um Aventura No Mar

Me desculpem as crianças, mas não existia ser humano mais ansioso e animado do que eu, para a chegada de Moana aos cinemas. Enquanto os americanos já puderam conferir mais essa belezinha da Disney no dia 23 de novembro, os brasileiros tiveram que esperar até o dia 5 de janeiro. Lembra que com Frozen foi a mesma coisa?

Moana, primeira princesa polinésia da Disney, chegou as telonas com uma difícil tarefa, salvar sua ilha e todos que ama.

Há milênios atrás o semideus Maui roubou o coração (uma pedra pounamur) da deusa da ilha, Te Fiti. Porém esse roubou amaldiçoou todas as ilhas criadas pela deusa, que aos poucos vão morrendo. Mas o roubo de Maui não foi bem-sucedido logo em seguida Te Ka, um mostro de lava, surgiu e a pedra e o anzol do semideus, que possibilitava que ele mude de forma, foram perdidos no mar.

Milênios depois a pequena Moana encontra a pedra e tem uma experiência sobrenatural com as águas do mar, porém mais uma vez a pedra se perde. Ela cresce, mas durante todos esses anos Moana sempre sentiu que algo maior a chamava do outro lado do recife de corais que cercam a ilha em que vive. Esse chamado fica ainda mais forte quando os coqueiros não dão boa safra e os peixes somem.

O que falar dessa aventura incrível? Não tenho palavras para descrever o quão bom ela foi. Mesclando momentos de risos, muitos risos, com cenas extremamente emocionantes, o longa de animação traz com força a mensagem do amor pela família e pelo lugar em que se vive.

Eu estou completamente apaixonada por esse filme, já estava antes, mas depois de assisti-lo a febre Moana piorou.

A protagonista é cativante, determinada e mais uma vez representa o empoderamento feminino. Ela não precisa de um príncipe para salvá-la, ela vai lá e faz isso (Obs.: Ataque de fofura na versão dela bebê, gente eu quero para mim). Já o Maui, achei que não iria curtir, mas suas tatuagens salvaram o personagem, elas são quase como a maturidade do semideus falando mais alto.

Não posso deixar de citar Tala, avô de Moana e a que mais apoia as decisões da jovem. Muitas das cenas que me levaram as lágrimas foram por causa dessa senhora, que também me fez rir.

Só que com certeza o lado cômico não seria melhor de o galo Hei Hei não tivesse embarcado nessa aventura através do mar. Para começar, ele come pedra e tem um comportamento bem estranho quando está em barcos. Ele é descrito como o personagem mais idiota da Disney, mas com certeza ganhou meu coração. Minha única tristeza é com o porquinho Pua, que acabou ficando esquecido e não esbanjou totalmente sua fofura.

Assisti a versão em 3D, que seguiu a mesma linha de Frozen, bem simples e sem grandes alardes, não vi nada que torne a experiência em terceira dimensão indispensável. A dublagem nacional deu um show, tenho meus problemas com isso, pois nunca acho que há uma combinação perfeita, mas a voz de Any Gabrielly para a Moana e do Saulo Vasconcelos como Maui casaram totalmente. Os dois além de dublarem também são responsáveis pelas músicas em português. 

Em outro post irei falar sobre a trilha sonora, mas já adianto que algumas traduções tiraram um pouquinho o poder das letras que é trazido pela sua versão original. Mas depois de ouvir elas com o filme, é impossível não gostar também.

Desde Valente os filmes da Disney têm trazido uma proposta diferente e com mais frequência. Os contos de fadas, de príncipes, bailes e madrastas deu espaço a princesas/ heroínas fortes, que lutam por sua família, seu povo e para proteger o lugar onde vivem. O estrondoso sucesso de Frozen confirmou essa mudança e Moana reafirma que os tempos são outros e é preciso criar novos e modernos contos de fadas. Talvez seja hora de resgatarmos heroínas como Mulan e Pocahontas, para que as crianças de hoje também sejam apresentadas apropriadamente a elas.

Moana recebeu duas indicações ao Globo de Ouro, melhor canção original (How Far I’ll Go) e Melhor Animação. E espera-se que as indicações se repitam no Oscar. Minha torcida é claro está com o filme.

O ano mal começou, mas com certeza Moana, para mim, já é a melhor animação de 2017.